Ana Beatriz Garcia |
![]() |
José Carlos Sabatini e Valderliro Antonio Souza Junior mostram os frutos que caem das árvores da praça |
Cinco árvores na Praça Antônio Pedroso, na Vila Independência, têm preocupado moradores e comerciantes. O motivo é que elas produzem frutos que chegam a pesar mais de 250 gramas e que estariam caindo cada vez mais. A pedido do JC, um físico fez as contas e conclui que, ao cair, esses frutos podem ter força de impacto 1,5 mil vezes mais intensa do que suas massas. Diante do medo da população, a Secretaria do Meio Ambiente (Semma) informou que fará vistorias técnicas no local.
José Carlos Sabatini, de 72 anos, cuida desta praça há 13 anos e comenta que os frutos estão caindo com mais frequência. "Sempre tivemos essas árvores aqui. Mas, agora, os frutos estão caindo muito e eles não são leves. Isso pode machucar uma pessoa", comenta o homem.
Segundo ele, os moradores ao redor pedem para que o poder público pode esta árvore e tome providências, antes que algo grave venha a ocorrer. "Eu já falei diversas vezes com a Semma, mas não foi resolvido o nosso problema. Espero que não aconteça nada grave", afirma.
O comerciante Valderliro Antonio Souza Junior, de 44 anos, relata que viu o momento em que uma mãe passeava pela praça com um carrinho de bebê e, por pouco, não foram atingidos. "O bebê tem 2 meses e o fruto quase caiu no carrinho. Ela passou e caiu. Imagina se acertasse a criança? Pessoas idosas e até os meus clientes mesmo estacionam o carro aqui e correm o risco também", diz o dono de um bar em frente à praça localizada na quadra 11 da rua Salvador Filardi. Além disso, o carro do comerciante também foi alvo do fruto. "Caiu e quebrou o vidro do meu carro", lamenta.
O JC pesou um dos frutos: 256 gramas. Os cálculos do professor de física Rodolfo Langhi dão conta de que a velocidade atingida chega a 61,5 quilômetros por hora e que a força do impacto é, aproximadamente, 1,5 mil vezes mais intensa que o peso do fruto.
"O peso é o mesmo. Mas, ao cair, ele ganha energia cinética e, ao aumentar sua velocidade, ele ganha quantidade de movimento", explica.
"Ao colidir com a cabeça, o fruto implicará uma força de impacto. É esta força que temos de comparar com o peso do fruto, que é também uma força devido à gravidade da Terra", completa.
Langhi ainda salienta que o intervalo de tempo em contato entre os corpos em colisão, até o fruto desacelerar por completo, também altera a força de impacto. "Quanto menor for este tempo, maior será a força de impacto", finaliza.
VISTORIA TÉCNICA
Em nota, a Secretaria do Meio Ambiente informou que irá realizar vistoria técnica na praça citada e verificar o que pode ser feito para minimizar o problema. A pasta orienta ainda que a população evite ficar embaixo dessas árvores, assim como estacionar veículos, enquanto durar o período de frutificação.
FRUTO DE COTIA
Ana Beatriz Garcia |
![]() |
Frutos caídos pela praça na Vila Industrial |
O Jardim Botânico identificou que as árvores tratam-se da espécie Joannesia princeps. Essa é uma árvore tipicamente brasileira, encontrada em quase todas as regiões. É também conhecida por cotia, boleira, cotieira, andá-açu, bagona, coco-de-purga, fruta-de- -arara, fruta de cotia e purga de cavalo. Ela possui grande porte e pode alcançar até 20 metros de altura e caule com aproximadamente 60 centímetros de diâmetro. No caso da Praça Antônio Pedroso, as árvores têm cerca de 15 metros de altura.